sexta-feira, 9 de julho de 2010

HUBBLE:Berçário de estrelas

Hubble faz fotos detalhadas de berçário de estrelas

Na imagem, uma ampla vista de jovens estrelas e nuvens de gás em  nossa galáxia vizinha  Foto: ESA/Divulgação

Na imagem, uma ampla vista de jovens estrelas e nuvens de gás em nossa galáxia vizinha
Foto: ESA/Divulgação

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A localização da nova imagem do Hubble da região de formação  estelar LHA 120-N11   Foto: ESA/Divulgação

A localização da nova imagem do Hubble da região de formação estelar LHA 120-N11
Foto: ESA/Divulgação.

A Nasa capturou através do telescópio Hubble uma rede complexa de nuvens de gás e aglomerados de estrelas em nossa galáxia vizinha, a Grande Nuvem de Magalhães. Esta região de nascimento da estrela é uma das mais ativas no Universo.

A Grande Nuvem de Magalhães contém muitas bolhas brilhantes de gás incandescente. Uma das maiores e mais espetacular é a LHA 120-N 11, mais conhecida como N11 desde que foi catalogada, em 1956, pelo astrônomo e astronauta Karl Henize.

N11 se estende por mil anos-luz, é a segunda região de maior formação de estrelas na Grande Nuvem de Magalhães e produziu algumas das estrelas mais massivas já conhecidas.

De perto, a N11 é uma nuvem de gás brilhante cor-de-rosa e se assemelha a um redemoinho de "algodão doce" e é relativamente compacta e densa. Mais distante, a sua forma global distinta levou alguns observadores a chamá-la de "a nebulosa de feijão". As características coloridas da nebulosa são os sinais indicadores do nascimento da estrela.

É o processo de nascimento da estrela que dá a N11 uma aparência diferente. Três gerações sucessivas de estrelas, cada qual formada mais longe do centro da nebulosa, criaram escudos de gás e poeira. Estes escudos foram fundidos longe das estrelas recém-nascidas na agitação de seu nascimento energético criando o anel que dá a forma tão proeminente observada na imagem.

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Imagem criada a partir de fotografias digitalizadas tomadas  através de filtros vermelhos e azuis  Foto: ESA/Divulgação

Imagem criada a partir de fotografias digitalizadas tomadas através de filtros vermelhos e azuis
Foto: ESA/Divulgação.

Embora seja muito menor do que nossa galáxia, a Grande Nuvem de Magalhães é uma região forte de formação de estrelas. Estudando esses berçários estrelares os astrônomos conseguem entender mais sobre como nascem as estrelas e o tempo de seu desenvolvimento final.

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Esta imagem mostra toda a Grande Nuvem de Magalhães  Foto:  ESA/Divulgação

Esta imagem mostra toda a Grande Nuvem de Magalhães
Foto: ESA/Divulgação.

Tanto a Grande Nuvem de Magalhães quanto sua companheira, a Pequena Nuvem de Magalhães, são facilmente visíveis a olho nu e tem sido sempre familiar às pessoas que vivem no hemisfério sul. O crédito por trazer estas galáxias à atenção dos europeus é geralmente dada ao explorador Português Fernando de Magalhães e a sua tripulação, que a avistaram em viagem marítima em 1519. No entanto, o astrônomo persa Abd Al-Rahman Al Sufi e o explorador italiano Américo Vespúcio já haviam registrado a Grande Nuvem de Magalhães, muito antes, em 964 e 1503, respectivamente.


Hubble captura agrupamento de estrelas em movimento

Cientistas compararam registros feitos pelo Hubble em 1997 e em  2007 Foto: Divulgação

Cientistas compararam registros feitos pelo Hubble em 1997 e em 2007
Foto: Divulgação

Pela primeira vez, os astrônomos mediram pequenos movimentos de um jovem aglomerado de estrelas massivas, chamadas formalmente como NGC 3603, e constataram sinais surpreendentes de agitação.

Segundo a Agência Espacial Europeia (ESA), uma equipe do Instituto Max-Planck de Astronomia em Heidelberg e da Universidade de Colônia - ambos na Alemanha -, liderada por Wolfgang Brandner (MPIA), usou imagens de alta qualidade do telescópio espacial Hubble para realizar a medição. Eles utilizaram registros de 1997 e depois observaram novamente a mesma região em 2007.

Os pesquisadores notaram que as estrelas se movimentavam de uma forma diferente do que se imagina nesses agrupamentos de estrelas - de que elas se "acalmariam" -, mas, pelo contrário, elas continuam velozes. A velocidade das estrelas se mostrou independente da sua massa e elas continuaram se comportando como quando o aglomerado foi formado, cerca de 1 milhão de anos atrás.

"Esta é a primeira vez que fomos capazes de mensurar precisamente a movimentação de um grande compacto de estrelas jovens", disse Brandner. Eles mediram precisamente a velocidade das estrelas de mais de 700 aglomerados de diferentes massas e temperaturas de superfície. "Nossas medições têm uma precisão de 27 milionésimos de um segundo de arco por ano. Este ângulo pequeno é correspondente à espessura aparente de um cabelo humano visto de uma distância de 800 km", diz Boyke Rochau, MPIA, principal autor do estudo, que realizou esta análise, como parte de seu trabalho de doutorado.

Com uma massa 10 mil vezes maior que a do Sol contidos em um volume de apenas três anos-luz, o aglomerado denso de estrelas jovens é um dos mais compactos da Via Láctea e considerado pelos cientistas um lugar ideal para testar as teorias de sua formação. O amontoado de estrelas se encontra a cerca de 20 mil anos-luz do Sol, o que torna estas medidas extraordinariamente difíceis. É necessário comparar imagens feitas em diferentes anos. O telescópio e a câmera devem dar imagens muito nítidas e ser extremamente estável durante longos períodos.Estrelas nascem quando uma gigantesca nuvem de gás e poeira entram em colapso. Em casos como a região de formação de estrelas NGC 3603, onde a nuvem é gigantesca e compacta, o processo é particularmente rápido e intenso. A maior parte da matéria da nuvem acaba concentrada dentro de estrelas quentes e jovens e o aglomerado mantém muito de sua atração gravitacional inicial.

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