domingo, 1 de novembro de 2009

CINTURA DE ASTERÓIDES

arrow SPITZER DETECTA CINTURA DE ASTERÓIDES EXTRASOLAR thingy


Impressão de artista de cintura de asteróides 25 vezes mais massiva que a do Sistema Solar.
Crédito: NASA/JPL/Caltech

Onde quer que exista um planeta do tipo terrestre, é bastante possível que existam também asteróides. Agora os astrónomos descobriram evidências de uma cintura de asteróides em torno de um sistema estelar semelhante ao nosso.

Estudos anteriores detectaram cinturas de asteróides em torno de estrelas, mas esta nova colecção de rochedos espaciais tem uma conformação que se assemelha ao nosso Sistema Solar, como foi anunciado na quarta-feira passada por uma equipa de astrónomos.

Os asteróides do Sistema Solar são detritos da formação planetária. Estes objectos não cresceram o suficiente para possuir um estatuto planetário e outros resultaram de colisões ocorridas nesse processo de formação quando o Sistema Solar era mais caótico. Estas colisões são aliás a chave teórica da nova descoberta.

As colisões de asteróides criam imensas poeiras. O Telescópio Espacial Spitzer da NASA foi usado para detectar um espesso braço de poeira em torno de uma estrela chamada HD 69830, localizada a 41 anos-luz da Terra. Os cientistas acreditam que esta poeira assinala uma cintura de asteróides na qual grandes colisões ocorrem a intervalos de cerca de 1,000 anos.

No nosso Sistema Solar, grandes colisões como a que extinguiu os dinossauros ocorrem a cada 100 milhões de anos, o que significa que nesse sistema estelar haverá muito mais asteróides que no nosso.

Os resultados foram enviados para publicação na revista Astrophysical Journal.

O sistema HD 69830 não é exactamente um gémeo do Sistema Solar. Enquanto a cintura de asteróides do Sistema Solar se encontra entre Marte e Júpiter, em HD 69830 a cintura de asteróides encontra-se numa região equivalente à orbita da Terra ou eventualmente um pouco mais próxima. A cintura de asteróides de HD 69830 contém cerca de 25 vezes mais matéria. Se existir um planeta em órbita em torno da estrela, o seu céu terá uma banda de luz semelhante à luz zodiacal, só que cerca de 1,000 vezes mais brilhante.


Impressões de artista de planeta e cintura de asteróides em torno da HD 69830.
Crédito: NASA/JPL/Caltech

Existem no entanto diversas semelhanças, pois em ambos os sistemas um grande planeta guarda o exterior da cintura de asteróides.

A actual tecnologia não permite detectar planetas do tipo terrestre em torno de estrelas tipo Sol, o que torna este estudo interessante para caçadores de planetas. Os asteróides são os tijolos que sobraram da construção dos planetas do tipo rochoso, pelo que embora não possam ser estudados directamente, é possível analisar os seus fósseis de poeiras restantes.

As observações não revelam se há planetas em torno de HD 69830. Numa teleconferência da NASA, os investigadores disseram que era possível existir um planeta frio e rochoso. No entanto, um planeta deste tipo teria uma zona de ocorrência mais próxima da estrela do que a Terra, o que faz com que provavelmente não seja habitável.

Há ainda a possibilidade de esta cintura de poeiras (presumida como cintura de asteróides) ser a cauda de um cometa da dimensão de Plutão. Esta teoria de um supercometa é uma especulação avançada pelos cientistas, que dizem necessitar de mais observações (já marcadas) com o Telecópio Espacial Spitzer e com outros no solo.

Nenhum comentário: